Três Anos Pós-Fazu: Zootecnista atende 21 clientes e orienta projetos que somam 40 mil hectares de pastagens e 35 mil bovinos na Bolívia

Apenas três anos após sua formatura pela Fazu (Faculdades Associadas de Uberaba), Luís Eduardo Mendonça de Almeida já é um nome reconhecido na agropecuária boliviana. Natural de Presidente Dutra, no Maranhão, ele decidiu ficar mais de 2 mil km longe da terra natal para morar Uberaba, em Minas Gerais, impulsionado por um sonho e sua paixão pela Zootecnia. Atualmente, através de sua empresa, a PastaGen Asesoría Pecuaria, Luís Eduardo orienta projetos que somam mais de 40 mil hectares de pastagens, beneficiando 20 mil animais de recria e 15 mil matrizes, atendendo a 21 clientes na Bolívia.

Entre seus notáveis sucessos, está o trabalho com uma propriedade que se tornou a mais produtiva do país e reconhecida pela melhor carcaça de machos de confinamento por dois anos seguidos na Bolívia. Além disso, Luís também presta consultoria para quatro projetos de melhoramento genético no Brasil. “Um fato interessante é a transformação da Agropecuária Saavedra, onde iniciei como estagiário em 2021. Hoje, ela lidera em produtividade com 29 @ por hectare, o dobro da média nacional, e ostenta o título de melhor carcaça de machos confinados da Bolívia, segundo a Associação de Criadores de Nelore do Brasil,” destaca Luís.

A jornada de Luís para a Bolívia começou em 2020, com um estágio nas Estâncias Pasujocas, uma propriedade de ciclo completo. Seu desempenho na Empresa Júnior Fazupec chamou atenção, levando-o a retornar à Bolívia em 2021 para outro estágio, mas na Agropecuária Saavedra, do Dr. Jorge Antônio Saavedra (Dr. Tunin). “É uma empresa familiar onde, durante meu período de estágio nessa fazenda, eles tomaram conhecimento de que eu fazia parte da Empresa Júnior. Eles me pediram, então, que elaborasse um trabalho de consultoria na propriedade, consistindo em um projeto que destacasse todos os pontos positivos, negativos e aspectos a serem melhorados, com o objetivo de intensificar ainda mais a produção. Eles já eram considerados uma fazenda de referência na região. Contudo, quando apresentei o projeto à família — composta pelo pai e três filhos —, eles demonstraram ceticismo. Não acreditavam ser possível alcançar os níveis produtivos descritos no projeto. O feedback inicial que recebi foi: ‘Isso pode ser possível no Brasil, mas aqui na Bolívia é impossível produzir tanto, mantendo essa carga que você especificou no projeto'”, conta Almeida.

Intrigado, Luís Eduardo conta que fez o projeto com sólido embasamento técnico, seguindo a mesma metodologia que era aplicado na Empresa Júnior. “O estudo foi feito com base no que aprendi com referências como os professores Juliano Resende e Adilson Aguiar. O projeto era, de fato, audacioso para os padrões aos quais estavam habituados aqui. O estágio acabou e eu retornei para o Brasil”.

Após retornar ao Brasil para finalizar seus estudos, Luís recebeu diversas propostas de emprego. “Duas no Maranhão, uma em Rondônia e outra no Mato Grosso. Para minha surpresa, também recebi uma proposta da Bolívia, a da família Saavedra, na qual eu havia feito o projeto de intensificação por meio da Empresa Júnior. Eles me questionaram se realmente era possível alcançar os níveis e as metas de produção que havia proposto no projeto. Então, me “desafiaram” a retornar à Bolívia para executar e demonstrar que era, de fato, possível alcançar tal produtividade em uma área relativamente pequena. Isso chamou minha atenção, pois eu estava muito confiante de que conseguiria realizar o projeto”, comenta o zootecnista.

Assumindo o desafio, Luís estabeleceu metas ambiciosas, incluindo aumentar a eficiência do pastoreio de 49% para 70% e alcançar um ganho de 750 kg por hectare. Em menos de um ano, todas as metas foram superadas, demonstrando a viabilidade de suas técnicas inovadoras. “Cheguei com um contrato de um ano, cujas metas incluíam manter uma carga constante de 2,5 UA por hectare durante todo o verão, e aumentar a eficiência de pastoreio para 70%. Eles queriam começar adubando desde o início, mas eu discordava da adubação inicial. Argumentei que deveríamos primeiro melhorar a eficiência de pastoreio antes de considerar adubar. “Primeiro, temos que aprender a colher. Isso já vai proporcionar um aumento significativo na produtividade. A partir daí, podemos pensar em adubar. Falei isso na época”, recorda.

As metas eram, portanto: uma carga de 2,5 UA por hectare no verão, aumentar a eficiência de pastoreio para 70%, e alcançar um ganho de 750 quilos por hectare, o que equivaleria a 25 arrobas por hectare. “Em 11 meses, antes mesmo de completar o ano, já tínhamos atingido todas as metas: uma carga média de 2,49 UA, praticamente as 2,5 UA propostas, 775 quilos produzidos por hectare e uma eficiência de pastoreio de 78%”, afirma Luís.

Com esse bom começo e com o contrato de um ano, Luís realizou um excelente processo de capacitação na propriedade, mas decidiu não renovar o contrato como colaborador interno, iniciando um trabalho de assessoria externa. “Deixei o projeto e passei a trabalhar em outro, um projeto de melhoramento genético que durou 11 meses. Foi um projeto muito interessante, Na Cabaña Mucarzel, possivelmente o maior projeto de Nelore de performance e uma das bases genéticas de produção mais consistente do país. Após 11 meses obtendo bons resultados, percebi que precisava expandir meu negócio e decidi abrir minha própria empresa”.

Assim, Luís fundou a PastaGen Asesoría Pecuaria, dedicando-se a projetos de melhoramento genético e manejo e intensificação de pastagens. Sua experiência e resultados na Bolívia estabeleceram um novo padrão de eficiência e produtividade na agropecuária local. “A Fazu foi absolutamente fundamental. A formação que recebi lá, graças a Deus, tanto em termos de conceitos e bases teóricas quanto na aplicação prática, foi o que me permitiu sair e abrir mercado em um período tão curto, pelo menos a partir do meu ponto de vista. Modéstia à parte, eu tenho 10 anos a menos que a média de idade dos assessores da área, e tenho certeza de que isso se deve à formação muito sólida que tive na Fazu. Além disso, a oportunidade que a empresa júnior Fazupec me ofereceu de trabalhar em projetos ainda antes da graduação certamente contribuiu muito para a confiança de entrar no mercado de trabalho sem medo ou receio de realizar qualquer projeto”, finaliza Luís.

Além de Zootecnista pela Fazu, Luís possui realiza uma especialização em gestão de pecuária de corte. Atualmente é CEO de PastaGen Asesoría Pecuaria, empresa de assessoria em manejo e intensificação de pastagem e melhoramento genético, com atuação na Bolívia e Brasil. É também diretor técnico de Nelore EASA, empresa focada na seleção e melhoramento genético de bovinos da raça Nelore e assessor CREA (Consórcios Regionales de Experimentación Agrícola). Tem experiência em zootecnia, com ênfase em pastagem, forragicultura, nutrição de ruminantes e melhoramento genético, atuando principalmente nos temas: pecuária de corte, intensificação de pastagem, melhoramento genético de zebuínos e alimentos alternativos para ruminantes.

Com a sua importante atuação como consultor na Bolívia, a Fazu convidou Luís para ministrar aulas no Curso de Mejoramiento Genético y Juzgamiento de Cebuinos de Corte y Leche, ofertado especialmente para o público estrangeiro.

A história de Luís Eduardo Mendonça de Almeida reflete o poder da educação, da persistência e da inovação. Seu trabalho não apenas transformou a agropecuária boliviana, mas também serve como inspiração para futuros profissionais que desejam impactar positivamente o setor agropecuário com suas ideias e dedicação.

Em uma demonstração de agradecimento a Fazu, Luís escreveu e recitou um poema sobre a Fazu.

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