Fórum Latino-Americano promove palestra magna sobre as políticas de fomento às boas práticas ambientais de produção na América

A Palestra Magna do Fórum Latino-Americano do Agronegócio Sustentável, promovido pela Fazu (Faculdades Associadas de Uberaba), acontece no dia 23/08, de 19h30 às 20h30 e aborda as políticas de fomento às boas práticas ambientais de produção na América. A palestra será ministrada pelo superintendente federal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA – Brasil), Fernando Antônio de Souza Costa. O evento acontece entre os dias 23 a 25 de agosto, no Centro de Eventos Rômulo Kardec de Camargos, em Uberaba/MG, durante a ExpoGenética 2016. Saiba mais sobre o Fórum e inscreva-se clicando aqui.

Segundo Fernando, o principal objetivo da palestra é despertar os alunos e produtores rurais para as questões relacionadas com as mudanças do clima demonstrando que há estudos indicando cenários futuros onde a produção agropecuária ficará mais dependente da irrigação devido ao alto risco de estiagens longas e chuvas irregulares com baixo volume pluviométrico. E isto requer um aprimoramento do planejamento da atividade agropecuária para elevar a produção e a produtividade com menor volume de água por hectare.

“A questão da adaptabilidade de comunidades rurais, regiões ou bacias hidrográficas mais vulneráveis para realizar o processo produtivo agropecuário é muito relevante. É importante conhecer em quais níveis essas regiões estão sendo afetadas pela mudança do clima e quais são as medidas de adaptação que precisam ser promovidas, em particular as que podem aumentar a diversificação econômica e produzir benefícios secundários de mitigação”, destaca o superintendente federal do MAPA.

A palestra vai abordar o crescimento da agricultura e da pecuária com menos emissão de carbono em respostas ao desafio da mudança do clima. Isto implica que, para atender a demanda de alimentos e matérias-primas da população, o crescimento da agropecuária deve estar desacoplado do aumento das emissões dos gases causadores de efeito estufa. “Para mitigar os efeitos negativos das mudanças do clima de maneira efetiva e eficiente a Organização das Nações Unidas (ONU) recomenda que as respostas devam ser necessariamente, globais e integradas, com a participação de todos os países”, afirma Costa.

O Acordo de Paris se tornou o marco internacional para as questões relacionadas com as ações para reduzir o aquecimento global visando combater as mudanças do clima e isso estabeleceu como base a equidade e o princípio das responsabilidades comuns, mas com diferentes graus de responsabilidade, capacidade e potencial para reduzir as emissões de gases causadores de efeito estufa, a luz das diferentes circunstâncias de cada país-membro.

“O momento é um ponto de inflexão abrindo caminho para acelerar a inovação e a socialização da pesquisa, do conhecimento e das tecnologias para o segmento produtivo, via extensão rural e assistência técnica estruturada, que atinja a realidade de cada produtor interessado em processos de melhorias. Os esforços de trabalho devem ser direcionados para diminuir a variação na aplicação de tecnologias da agricultura de baixa emissão de carbono entre os produtores de todas as regiões do Estado de Minas Gerais”, explica Fernando.

Algumas atividades agropecuárias afetam o clima por gerar gases de efeito estufa, dentre eles o dióxido de carbono, metano e óxido nitroso. “Para reduzir a emissão desses gases, os produtores rurais precisam ser incentivados a aumentarem o sequestro do dióxido de carbono da atmosfera na vegetação (reflorestamento comercial com espécies nativas ou exóticas) e no solo (incorporando a matéria orgânica) e elevarem a participação da energia renovável no processo produtivo do setor agropecuário”, destaca.

Fernando relata que o plano setorial da agropecuária faz parte da Política Nacional de Mudança Clima de redução das emissões dos gases causadores de efeito estufa em atendimento aos compromissos assumidos frente às Nações Unidas pelo Brasil. “O Plano ABC é composto por seis programas que visam: apoiar os produtores rurais a intensificar a recuperação de pastagens degradadas; implantar maiores áreas com a integração lavoura-pecuária-floresta (iLPF) e com sistemas agroflorestais (SAFs); expandir o uso do sistema de plantio direto (SPD); implantar novas áreas com florestas comerciais (FP); ampliar o tratamento de resíduos de animais; estimular o uso da fixação biológica de nitrogênio (FBN)”, enfatiza.

É importante o produtor rural conhecer o Plano ABC, pois contempla ferramentas técnicas e apoio financeiro, com linha de crédito rural específica denominada de Programa ABC, para que os produtores rurais se preparem para lidar com esta nova realidade relacionada às mudanças climáticas, definindo uma nova dinâmica de uso da terra para o presente e os próximos anos. Os dados do Programa ABC para o período de 2011 a 2015 mostram que o número de operações comprometidas com o programa foi de aproximadamente 7000 contratos, representando 20% do total de contratações realizadas no Brasil, superando o valor de R$1,7 bilhão.

Diante de todos os impactos negativos das mudanças do clima, o conceito de desenvolvimento sustentável tem assumido importância para o incremento da produção e do comércio de produtos oriundos da agricultura e da pecuária. Como estratégia para o financiamento do setor é necessário considerar a implantação de um processo de certificação do produto oriundo da agricultura de baixa emissão de carbono, de forma a diferenciar e agregar valor à produção da agropecuária mineira, em nível nacional e internacional, demonstrando ao consumidor uma produção menos impactante ao clima.

 

     Sobre Fernando Antônio de Souza Costa

  • Engenheiro Agrônomo – Mestre em Economia Rural – Especialista em Desenvolvimento Local Sustentável
  • Fiscal Federal Agropecuário
  • Coordenador do Grupo Gestor de Agricultura de Baixo Carbono em Minas Gerais
  • Divisão de Política, Produção e Desenvolvimento Agropecuário
  • Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento
  • Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
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