A pesquisa visa a adaptação e validação da tecnologia de espectrômetros de infravermelho próximo (NIR) e tem um investimento de mais de 900 mil reais
A Fazu (Faculdades Associadas de Uberaba) recebeu na Estação de Pesquisa da Ubyfol um projeto que visa validar e adaptar a tecnologia dos espectrômetros do infravermelho próximo (NIR) para avaliação de grão de milho. Estão envolvidos no projeto os professores MsC. Matheus Alves, Dra. Thaís Bean e Alexandre Pereira.
O projeto é financiado pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII), IOTIC Consultoria e o Polo de Inovação do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM).
“Foi uma satisfação ser aprovada na seleção de pesquisador externo para conduzir ensaios do projeto EMPRAPII, envolvendo a IOTIC e o IFTM. Parte dos experimentos na cultura do milho já estão sendo conduzidos na estação de pesquisa da Ubyfol, na Fazu, e terá duração de 6 meses”, destaca Dra. Thaís Bean.
De acordo com o pesquisador responsável pelo projeto, do Polo de Inovação IFTM, Prof. Dr. Hamilton César de Oliveira Charlo, a nova tecnologia contribuirá para realização de análises de diversos parâmetros do milho, de forma simultânea e instantânea, sem destruição das amostras ou plantas. “A inovação dispensa do uso de reagentes químicos nocivos ao meio ambiente e possui custo relativamente baixo quando comparada às metodologias tradicionais de laboratório”, explica.
O interesse pela espectroscopia NIR aumentou consideravelmente após esta técnica ser reconhecida como uma eficiente ferramenta para análises quantitativas e qualitativas de parâmetros químicos e físicos. Atualmente, é amplamente empregada na indústria farmacêutica, com diversas finalidades, como por exemplo, identificação de matérias primas; de homogeneidade das misturas; no monitoramento de processos de secagem, compactação e compressão; dentre outros.
Na área agronômica esta tecnologia ainda é pouco utilizada, sobretudo pela falta de pesquisas que associem a utilização da tecnologia com experimentos agronômicos de campo. Embora se tenham relatos de estudos com a utilização de NIR para análises de solo e plantas, no mercado não existem equipamentos disponíveis para tal finalidade. “Os equipamentos NIR capazes de realizar estes tipos de leitura disponíveis no mercado são exclusivamente estacionários em laboratório, com exceção de um equipamento portátil capaz de medir o ter de açúcar em cana-de-açúcar”, explica Alexandre Pereira, coordenador do Centro de Inovação da Fazu.
O desenvolvimento de um equipamento portátil com a tecnologia NIR, devidamente adaptado e validado para aplicações agrícolas, permitirá: análise simultânea de vários parâmetros, de forma não destrutiva das amostras ou plantas, além de possuir alta velocidade de processamento das informações e rápido fornecimento de resultados quantitativos. Destaca-se ainda que esta tecnologia não consome reagentes químicos nocivos ao meio ambiente, e, é menos laboriosa e de custo relativamente baixo, quando comparada a metodologias tradicionais de laboratório.
“Os resultados do projeto podem ser de grande impacto, pois à medida que produtores e empresas têm métodos mais eficientes de monitoramento das culturas ou da qualidade da matéria prima haverá, por consequência, maior eficiência nos processos produtivos, menores perdas e redução de custos de produção”, finaliza Hamilton.
Para o professor Matheus Alves, responsável pelo geoprocessamento e georreferenciamento do projeto, é gratificante integrar a equipe de pesquisa. “É uma tecnologia com alto potencial, muitos agricultores, pesquisadores e profissionais da área serão beneficiados com este projeto. Agradeço a todos envolvidos pela confiança e participação”, enfatiza Alves.