O campo está em busca de jovens empreendedores, com visão de gestão e de liderança e inovadores para garantir a sucessão nas empresas rurais e nas entidades do setor. Foi com esse propósito, de despertar as novas gerações para o potencial do agronegócio, que aconteceu na última sexta-feira (03), na ExpoZebu, o 10º Encontro Rural Jovem. A Fazu (Faculdades Associadas de Uberaba), por meio de seus acadêmicos e professores, e cerca de outros 700 universitários participaram do evento e puderam acompanhar as novidades na área de empreendedorismo e sustentabilidade.
O presidente da ABCZ Jovem, Rivaldo Machado Borges Neto, destaca que o campo tornou-se uma excelente oportunidade de negócios e os jovens já perceberam esse potencial e estão buscando se capacitar para fazer a diferença. “Estamos realizando eventos em várias regiões e sempre com grande participação dos jovens. Dominar a informação é essencial, pois o agronegócio hoje é altamente tecnificado e cada vez mais inovações surgem. O jovem tem muito a contribuir com o campo”, assegura Neto.
Um levantamento feito pela Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA) apontou que os jovens de 26 a 35 anos estão assumindo funções de liderança nas empresas rurais. Eles já representam 21% dos produtores brasileiros responsáveis pelos negócios, mesmo percentual daqueles que estão na faixa etária de 51 a 60 anos.
Segundo o diretor acadêmico da Fazu, Carlos Henrique Cavallari Machado, a preocupação com a sucessão no campo já chegou às universidades. “Tratamos desse assunto em duas disciplinas de todos os cursos da Fazu, sendo uma delas Gestão de Carreiras, e a outra na parte de administração e gestão. Focamos como a organização para o processo sucessório é essencial, tanto em relação à parte legal do negócio quanto da parte prática. A Fazu é conhecida internacional pela capacidade de formar profissionais muito competentes na produção, seja agricultura ou pecuária, e faltava ampliar essa parte de gestão, inovação e tecnologia. Agora, essas duas partes estão se complementando, nos permitindo formar profissionais ainda mais preparados”, assegura Cavallari.
Segundo ele, por muito tempo a sucessão foi deixada de lado e hoje é um dos grandes problemas no Brasil. “Fazer com que essa sucessão seja feita de maneira tranquila e bem estrutura para que não comprometa a vida útil do negócio. É importante despertar o interesse das novas gerações pelo negócio da família, pois isso facilita essa transição. Um evento como esse, que une centenas de jovens, contribui para identificar futuros líderes”, reforça.
E para incentivar o empreendedorismo e a sustentabilidade na nova geração do agro, o 10º Encontro Rural Jovem trouxe palestras com o CEO da empresa Major, Murilo Dorazio. “A tecnologia quebra paradigmas, quebra com os métodos tradicionais de serviço que nós temos nos dias de hoje, a exemplo das startups que enxergam um novo meio de atuar”, completou. O pesquisador da Embrapa, Luiz Adriano Cordeiro, focou sua palestra no aquecimento global. “As mudanças climáticas já estão aí há muito tempo. Precisamos entender como a agricultura sofre com isso e como ela pode contribuir para reverter esta situação e permitir que o produtor se adapte”, explica Luiz.
O agrônomo João Kluthcouski falou sobre os Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária (ILP). “Com a integração é possível produzir o ano todo, fazendo até quatro safras por ano. E com a diversificação de cultivos, custos e riscos de produção são reduzidos. Quando produzimos soja depois de braquiária conseguimos até 25 sacas a mais, isso é fantástico”, comemora o pesquisador.
Fonte: Adaptado Larissa Vieira – Especial para o JU