Com o objetivo de promover o melhoramento genético da raça Gir Leiteiro, a Fazu (Faculdades Associadas de Uberaba) recebeu a 7ª Prova de Pré-seleção de Touros para o Teste de Progênie (TP). A seleção, que teve início em novembro de 2015, conta com a participação de 57 touros candidatos ao 31º grupo do Teste de Progênie. A prova teve a duração de 150 dias e terminou na última segunda-feira (25/04). A divulgação dos resultados acontece na quarta-feira (04/05), durante a ExpoZebu 2016.
O projeto acontece desde 1985 e é uma parceria entre o Programa Nacional de Melhoramento do Gir Leiteiro (PNMGL), a Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro (ABCGIL) e a Embrapa Gado de Leite. A Fazu tornou-se parceira do projeto em 2009, quando recebeu a Prova de Pré-seleção dos Touros da raça Gir Leiteiro pela primeira vez.
Na 7ª Prova de Pré-Seleção, a Fazu e empresas parceiras, disponibilizarão os resultados de marcadores moleculares para a proteína A2, bem como o índice de Parentesco Médio dos touros classificados com a população Gir Leiteiro. “As informações agregam aos resultados de fertilidade, conformação e manejo, essas características possibilitarão aos criadores identificar reprodutores portadores de genes ligados a maior qualidade do leite, como também controle da endogamia de seus rebanhos”, informa o coordenador do PNMGL e professor da Fazu, André Rabelo.
Desde a parceria com a Fazu, foram incorporados critérios técnicos mais rígidos para a entrada de jovens reprodutores no Teste de Progênie, foram disponibilizadas vagas para touros com pedigree “mais aberto” visando o controle da endogamia na população pura. “No teste são avaliadas as características reprodutivas de congelabilidade, motilidade, defeitos maiores e menores ligados à produção comercial de sêmen nos tourinhos candidatos ao TP (Teste de Progênie). Avaliações de caráter fenotípico, como os aprumos, a estrutura, o umbigo e a pigmentação, além do temperamento e libido, também são avaliadas”, conta o professor André.
“Ser parcerio da ABCGIL, sediar uma etapa do Teste de Progênie e contar com o professor André Rabelo em nosso quadro de professores, mostra claramente o quanto a Fazu esta disposta a colaborar com a pecuária leiteira brasileira. Neste projeto, o ganho acadêmico é enorme, pois nossos alunos tem a oportunidade de conviver com grandes profissionais, professores e pesquisadores de diversas áreas e instituições, todos estamos envolvidos neste importante e sério programa de melhoramento genético animal”, ressalta o diretor acadêmico da Fazu, Carlos Henrique Cavallari Machado.
Sobre o Programa
O Programa disponibiliza informações para características de composição do leite, conformação e manejo, além da genotipagem dos touros para os alelos da kapa-caseína e beta-lactoglobulina, fornecendo aos usuários desta genética, ferramentas importantes para sua utilização tanto na raça pura quanto em cruzamentos com outras raças leiteiras. Além das características seminais, estão sendo estudadas características funcionais como o temperamento, a libido e a característica de conformação. “O objetivo é formar um banco de dados consistente na parte reprodutiva de machos, o que possibilitará posteriores estudos de associação genética com características produtivas e reprodutivas nas fêmeas, visando o aumento da acurácia e funcionalidade na seleção do Gir Leiteiro”, conta.
A partir da 2ª Prova, avaliações fenotípicas que dizem respeito a características funcionais foram incorporadas na pré-seleção de touros, ou seja, para entrar em Teste de Progênie, o touro além de ser classificado pelas avaliações de fertilidade, temperamento e libido, deverá também ser aprovado para funcionalidade. “Pensando nisso foi criado o Índice de Classificação de Touros (ICT), o qual pontua os touros em uma escala de 1 a 100 pontos, tendo cada característica um peso específico dentro deste índice. Com o ICT foi possível disponibilizar para o Teste de Progênie touros mais férteis, equilibrados e longevos o que garantirá melhores resultados na vida produtiva das matrizes Gir Leiteiro. Os ponderadores do índice são determinados baseados na opinião de um grupo de técnicos e pesquisadores ligados à prova”, explica.
Segundo informa André, os touros aprovados nas cinco edições da Prova tiveram bons resultados nas centrais de coleta e processamento de sêmen, obtendo rapidamente 500 doses do Teste de Progênie e retornando posteriormente para seus rebanhos de origem. “O bom desempenho destes touros nas centrais confirmou a importância da Prova de Pré-Seleção, validando todo o processo de coleta de dados reprodutivos aos quais os touros foram submetidos”, ressalta o professor.