O sistema para monitoramento do nível de amônia em ambientes agropecuários, desenvolvido inicialmente pelo aluno Guilherme Bizinotto da Silva, do 5º período de Agrocomputação da Fazu (Faculdades Associadas de Uberaba), sob orientação do professor Janderson Cardoso, entra agora em uma nova etapa. Concebido com o uso do microcontrolador Raspberry Pi Pico e programado em MicroPython, o projeto teve início na disciplina ministrada por Janderson e chamou atenção pela proposta acessível, eficiente e voltada à melhoria das condições ambientais em instalações de produção animal.
A partir da visibilidade e do impacto gerado pela solução, novos alunos e professores foram integrados ao desenvolvimento da iniciativa. Ainda que não sejam idealizadores do projeto, seu envolvimento surgiu como consequência natural da percepção da importância da proposta para o setor agropecuário. Agora, o sistema está sendo expandido dentro do componente Projeto Integrador III, na disciplina de Zootecnia de Precisão, com participação dos professores Luan Odorizzi, Danielle Matarim e Pollyana Mafra.
A tecnologia visa à captação e ao processamento em tempo real dos níveis de amônia, gás prejudicial à saúde animal e humana quando em concentrações elevadas — situação comum em granjas e confinamentos. O sistema, ao permitir o monitoramento remoto e automatizado, busca oferecer aos produtores uma ferramenta eficaz de gestão ambiental, promovendo bem-estar animal e maior produtividade.
Segundo o professor Janderson, “o projeto surgiu da necessidade de aliar tecnologia ao manejo zootécnico, e tem como diferencial seu custo acessível e sua aplicabilidade prática em ambientes reais. O envolvimento de outros docentes e turmas fortalece a construção coletiva de soluções que impactam diretamente o campo”.
Atualmente em fase de testes, o protótipo é validado em ambientes reais, como o aviário da Fazenda Escola da Fazu. A professora Pollyana Mafra destaca que, em sistemas semi-intensivos de poedeiras, o controle da ventilação é delicado, e o acúmulo de amônia é comum. A solução desenvolvida permite, por meio de sensores, identificar níveis críticos e acionar mecanismos de controle, como ventiladores, contribuindo para o conforto térmico e respiratório das aves.
A professora Danielle Matarim complementa que “o projeto reflete a união entre teoria e prática, ao incentivar os alunos a identificarem desafios reais e proporem soluções tecnológicas aplicáveis, reforçando o papel da Agrocomputação na modernização do agronegócio”.
Para os próximos semestres, a proposta é seguir com novas etapas de validação, ajustes e automatizações mais sofisticadas, consolidando a Fazu como um polo de inovação no uso de tecnologias aplicadas à produção animal.