Novo coordenador do Celeiro é referência em bioquímica e modelagem computacional molecular

O professor Dr. Francis Ferreira desenvolveu no doutorado uma modelagem computacional que auxilia na produção de moléculas que inibem veneno de cobras

Celeiro, hub de conexão e inovação para o agronegócio da Fazu (Faculdades Associadas de Uberaba), é coordenado agora pelo Dr. Francis Barbosa Ferreira. Professor e pesquisador, Francis dedica sua vida à pesquisa e ao ensino. A proposta do professor Francis é que o hub assuma uma posição de mercado, prestando serviços e promovendo a inovação no agronegócio.

Sempre batalhador, Francis começou a trabalhar muito jovem, trabalhou em livraria, supermercado, correios, além de fazer panfletagem e vender água de coco. “Desde muito novo, eu queria criar coisas novas que ajudassem a população, minha comunidade. Ainda na graduação sempre tive facilidade de ajudar e explicar a meus colegas sobre a matéria. Percebi ainda nesta época que poderia ser um bom professor e resolvi investir nesta carreira. Escolhi a profissão certa”.

Aos 24 anos, Francis ingressou no curso de Biologia na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), formando em 2008. Logo em seguida, Francis iniciou no Programa de Mestrado em Genética e Bioquímica da UFU, obtendo o diploma de mestre em Bioquímica em 2011. No ano de 2012 ele mostrou que queria mais e ingressou no doutorado em Química com ênfase em Bioquímica pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), obtendo o título de doutor em Ciências em 2016.

Durante o doutorado, Francis desenvolveu uma modelagem computacional que auxilia produção de moléculas que inibem peçonha de cobras. A pesquisa desenvolvida pelo professor Francis, além de contribuir para salvar vidas, também permite reduzir o sofrimento aos animais: os soros para tratamento de veneno de cobra são comumente desenvolvidos a partir da injeção da peçonha em animais, como os cavalos. Já a síntese do professor, propõe uma solução sem sofrimento animal.

De acordo com o professor, com o avanço da tecnologia e dos softwares, a modelagem pode ser usada também para o planejamento e desenvolvimento de novas moléculas, com o objetivo de criar novos fármacos. “Computacionalmente nós podemos mimetizar um ambiente “biológico” para a interação, alterando o pH, alterando o solvente, dentre outros”, explica o professor Francis.

Fazu – Em 2015, ainda durante o doutorado, Francis estabeleceu residência em Uberaba e começou a trabalhar na Fazu como professor de Química. “Uma conhecida que havia sido coordenadora de curso da Fazu me incentivou a procurar a faculdade. Levei meu currículo aos coordenadores de Agronomia e Zootecnia e foi interessante a coincidência, pois o professor de química na época estava aposentando e eu assumi a disciplina no lugar dele. Desde o primeiro momento que pisei na Fazu senti uma energia muito boa e senti que ali seria meu lugar. Posteriormente, quando fiquei conhecendo toda a história da Fazu, me sentindo ainda mais abençoado por estar em uma instituição com tamanho reconhecimento”.

Celeiro – Francis conta que sempre se interessou em trabalhar com inovações tecnológicas. “Na graduação e mestrado me dediquei a pesquisas de base, que são essenciais para se fazer inovação e criar novas tecnologias. Já no doutorado me dediquei a um tipo de pesquisa mais aplicada. Neste cenário em que estamos de política econômica, e por estar em uma instituição privada, as pesquisas precisam tomar um caráter aplicado, precisa gerar um produto para que empresas tenham interesse em patrocinar estas pesquisas”, destaca.

Francis participou de alguns cursos e eventos que visam proporcionar um caráter mais mercadológico as pesquisas científicas, como o Startup Trail, promovido pelo Sebrae destinados a professores. “O empreendedor será o profissional do século. Quando digo empreendedor não estou me referindo somente aqueles que são ou serão empresários sócios ou donos de empresas. As relações de trabalho estão mudando rapidamente. As empresas não querem mais aquele funcionário padrão. Querem um tipo novo de funcionário, mais dinâmico, mais independente, resolvedor de problemas, proativo, ou seja, que ele tenha o perfil de empreendedor de sucesso. E a inovação é o que move o mercado. Cada vez mais queremos resolver nossos problemas, quaisquer que sejam, de forma mais rápida, com menor custo, com maior eficiência, e para isto precisamos de inovação, investimento em pesquisas, em pessoas com espírito inovador”, finaliza Francis.

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