Segundo o Ministério da Agricultura, houve forte crescimento da criação de equinos voltada para o público urbano, tanto para lazer quanto para os Esportes Equestres.
O cavalo ocupa uma posição de destaque no Agronegócio. Segundo o IBGE, o setor avança 12% ao ano e fatura R$ 16 bilhões. Segundo o Ministério da Agricultura, houve forte crescimento da criação de equinos voltada para o público urbano, tanto para lazer quanto para os Esportes Equestres, contribuindo para o turismo em diferentes localidades. O MAPA aponta ainda que os cavalos são responsáveis por movimentar a indústria de medicamentos e ferragens, até cosméticos e acessórios. Junto com este consumidor, cresce também o número e tamanho dos eventos, como provas de Tambor, Baliza, Vaquejada e tantos outros. Na Fazu, existe o Centro de Referência da Equinocultura Racional (CRER), sendo responsável pelo projeto o engenheiro agrônomo, juiz e inspetor oficial das raças de cavalo Quarto de Milha e Paint Horse, Mário Márcio Souza da Costa Moura. No CRER, Mário Márcio orienta sobre todas as raças de equinos, asininos e muares, em qualquer que sejam suas necessidades e atividades relacionas à equinocultura em geral.
Sobre os Esportes Equestres
O termo genérico hipismo engloba várias modalidades de esportes equestres conhecidos como Equitação Inglesa ou Hipismo Clássico. No Brasil, as pessoas usam erroneamente o termo para descrever exclusivamente as provas de salto. As três modalidades são geridas no Brasil pela CBH (Confederação Brasileira de Hipismo) e em nível mundial pela FEI (Federação Equestre Internacional).
Uma característica particular do hipismo é que homens e mulheres podem competir juntos, com as mesmas possilidades de vitória, diferentemente de outros esportes, em que a performance masculina é superior devido à maior força física. Além da categoria da amazona ou do cavaleiro e da integração entre animal e condutor, o importante é contar com uma montaria saudável e bem condicionada.
O hipismo é dividido em três modalidades:
Salto de obstáculos, Adestramento e CCE (Concurso Completo de Equitação). O que une estes três esportes é o fato de que todos foram iniciados na Europa, utilizam cavalos das raças Warmbloods e derivados adaptados para uma ou outra modalidade e o tipo de arreamento, muito similar: sela inglesa. Os cavaleiros seguram as rédeas, uma em cada mão, e as pernas, o tempo todo em contato com o cavalo e a embocadura é mais baseada no bridão do que no freio, ao contrário dos esportes de equitação western.
O mais popular dos três esportes: o salto de obstáculos deriva das corridas de cavalos sobre obstáculos, conhecidas como Steeplechase e das antigas caçadas à raposa, que eram feitas desde os tempos medievais, na Inglaterra, e tinham grande popularidade junto aos nobres entre 1800 e 1900.
A indumentária de competição dos cavaleiros é adaptação, que muito se parece com as gravuras dessa época e é conservada até hoje, mantendo-se a classe que o esporte evoca. Os cavalos utilizados, na época, eram grandes mestiços conhecidos como hunters e a ideia era perseguir a raposa, passando em linha reta pelos obstáculos naturais, ou não, que fossem aparecendo à frente dos cavaleiros.
Com o passar dos tempos, as propriedades foram sendo protegidas com cercas impossíveis de ser saltadas e o esporte acabou sendo adaptado para uma arena fechada, na qual, no início, os obstáculos eram naturais e não eram facilmente derrubados (em geral, quem caía era o cavalo).
A primeira prova oficial de salto sobre obstáculos, como conhecemos nos moldes atuais, foi em 1876, na Inglaterra. Posteriormente, os obstáculos foram ficando bem mais delicados e a disposição deles, cada vez mais complicada, obrigando os cavaleiros a treinar seus cavalos para ser cuidadosos e não tocarem nos obstáculos.
O hipismo fez parte do programa da primeira Olimpíada da Era Moderna, em 1896, em Atenas, como esporte de demonstração.
Entretanto, somente foi incorporado definitivamente aos Jogos Olímpicos em 1912, em Estocolmo.
Atualmente, os cavalos utilizados para o esporte do salto são os Warmbloods, obtidos por cruzamentos de raças europeias, mais pesadas, com o Puro Sangue Inglês e o Árabe, que foram selecionados para o salto, por mais de 400 anos, em várias criações europeias.
No Brasil, o cavalo mais utilizado para o salto e o que apresenta maior aptidão é o Brasileiro de Hipismo, o Warmblood nacional, oriundo do cruzamento de várias raças europeias com éguas base da criação brasileira.
No salto de obstáculos moderno, o conjunto (cavalo + cavaleiro) é testado contra o tempo, em percurso com 12 a 14 obstáculos, em média. Esse percurso destina-se a demonstrar franqueza, potência, habilidade, respeito pelo cavalo ao obstáculo e a qualidade da equitação do cavaleiro. Esse percurso é sempre diferente e montado por um profissional chamado “armador” ou course designer, que, em geral, não pode saltar na prova. Existe tempo máximo para o cavaleiro terminar seu percurso. Acima desse tempo, ele é penalizado e, se o tempo-limite for excedido, o cavaleiro é eliminado.
As competições oficiais geralmente são de três dias seguidos, com três tipos de provas diferentes e é feita a somatória das pontuações obtidas para chegar ao campeão do evento.
O “laço”, ou seja, o cavaleiro fazer uma volta durante o percurso antes ou depois de um salto e passar sobre sua própria trilha é considerado como refugo. Dois refugos ou uma queda de cavalo ou cavaleiro acarretam eliminação do conjunto.
Outro fator importante a se deixar claro é que, nas provas de salto atuais, os obstáculos são construídos para ser derrubados facilmente. A ideia é a proteção total do cavalo e do cavaleiro. Ao mais leve toque dos membros do cavalo, o obstáculo deve cair.
Os para-flancos que sustentam os obstáculos, as varas que os formam e os ganchos nos quais os mesmos são apoiados seguem regras expressas da FEI em termos de peso, curvatura e material de construção. Nos obstáculos de largura, são exigidos ganchos especiais, chamados de ganchos de segurança, que se desarmam e deixam a vara cair, no caso de o cavalo não conseguir cumprir a largura do obstáculo, evitando que o animal se enrosque nas varas e possa cair ao aterrissar sobre a vara de saída da largura. Esse modelo de gancho foi uma das maiores evoluções em termo de segurança no salto de obstáculos nos últimos dez anos.
Praticamente, qualquer combinação dos citados obstáculos acima pode ser montada em um duplo ou triplo.
Provas de desempate e grandes prêmios exploram a qualidade do cavaleiro e do cavalo sobre percursos mais fortes e técnicos, exigindo refinamento no controle do cavalo para obtenção de bons resultados.
O uniforme segue a linha das caçadas inglesas, em que as casacas podem ser pretas, azuis, cinzas e vermelhas. No caso da equipe brasileira, é permitida a casaca verde da CBH. Os capacetes (ou quepes) podem ser de cores escuras, como preta, marrom escura, cinza ou azul marinho. Atualmente, os capacetes devem ser certificados e comprovar sua capacidade de absorção de choques para ter sua venda liberada na Europa e nos Estados Unidos. Para crianças e adultos que queiram, existem modelos de coletes com proteção para costelas e coluna, permitidos nas provas oficiais.
As categorias oficiais da CBH que competem em salto de obstáculos são muitas, uma vez que este é um esporte que se pode praticar em qualquer idade, desde a mais tenra até as mais avançadas. As principais categorias não são divididas por sexo.
Fonte: Equoterapia e ABQM