De Araxá para o Mundo: As Memórias Inesquecíveis de Gerê na Fazu

Em 1978, com apenas 19 anos e no auge das incertezas que cercam muitos jovens, Antônio Geraldo Alves Ribeiro, natural de Araxá (MG), vivia a clássica dúvida sobre qual caminho seguir após o ensino médio. Fascinado pela ecologia, um conceito que, na época, era mais popular que a própria expressão “meio ambiente”, ele buscava um curso que unisse seu amor pela natureza a uma profissão viável. Foi então que, por acaso, um folder da Fazu, na época Faculdade de Zootecnia de Uberaba, cruzou seu caminho. A promessa de estudar a “adaptação econômica do animal no meio ambiente” chamou sua atenção de imediato e selou sua decisão: ele se tornaria um zootecnista.

Os Primeiros Passos na Fazu
Ao ingressar na Fazu em 1979, Gerê, como Antônio ficou conhecido entre os amigos, experimentou pela primeira vez a vida longe da família. A mudança para Uberaba trouxe entusiasmo e novas amizades. “No dia da matrícula, que foi feita pela Sra. Dora Sivieri, encontrei neste momento um dos meus grandes amigos até hoje, Benedito José de Souza Junior, o Bené. Ele era um excelente jogador de futebol e uma pessoa incrível”, relembra Gerê. Essa amizade, assim como tantas outras que surgiriam ao longo dos anos, acompanhou-o por toda a vida.

Nos primeiros meses, o encantamento com o ambiente acadêmico e a liberdade de morar em outra cidade foram intensos. Porém, a rotina de estudos logo se revelou um desafio. O resultado: dependências (DPs) em fisiologia no primeiro período e em topografia no segundo. “A ‘ficha’ caiu e eu entendi que precisava estudar e muito”, brinca Gerê, que conseguiu se recuperar e concluir o curso, embora tenha levado um semestre a mais para se formar devido à DP de fisiologia. ”Eu tive aulas com as turmas VIII e IX, mas a qual mantive mais contato foi a IX Turma de Zootecnia”.

As Experiências que Moldaram a Carreira
Entre estudos e desafios, a formação em Zootecnia proporcionou a Gerê experiências marcantes. Dois estágios destacaram-se nesse período. O primeiro foi na piscicultura da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), onde ele entrou em contato direto com a produção aquática. O segundo, na Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), marcou seu contato com o ambiente industrial e a aplicação prática dos conhecimentos adquiridos na Fazu

Durante o estágio na CBMM, Gerê ouviu elogios rasgados a um antigo aluno da Fazu, Gilmar Prado, que havia estagiado no semestre anterior e que se tornaria uma figura icônica na Zootecnia. “Era uma pessoa que não precisava de apresentações”, relembra Gerê. Esses estágios e a convivência com profissionais renomados fortaleceram seu interesse pela área e contribuíram para moldar seu futuro como educador.

A Vida em República e as Amizades Eternas
Parte importante das memórias de Gerê sobre a Fazu envolve as amizades formadas fora das salas de aula. Ele viveu boa parte do curso em uma república na Rua João Pinheiro, em frente ao Teatro Experimental de Uberaba. Ali, dividiu a casa com colegas de diferentes turmas, como Heroito Lanna, Marcellus de Macedo e João Carlos Navasques. Essas amizades foram fundamentais para que ele superasse os momentos difíceis e tornaram-se laços que perduram até hoje.

Reflexões e Mudanças de Rumo
Com a aproximação da formatura, Gerê começou a questionar se havia feito a escolha certa. O tema do meio ambiente, que o havia atraído inicialmente, não era tão presente nas discussões da Zootecnia como ele imaginava. Contudo, mesmo após uma breve experiência trabalhando em uma fazenda de leite tipo A em Terenos, Mato Grosso do Sul, ele encontrou sua verdadeira vocação na educação.

“Hoje, sei que fiz a escolha certa. A minha paixão sempre foi a educação”, confessa ele. Após a formatura, Gerê começou a lecionar no ensino fundamental, mas logo foi atraído pela educação ambiental, uma área que, com o tempo, se tornou sua principal atuação. Hoje, ele trabalha como educador ambiental em uma empresa de mineração e, em paralelo, é professor no Uniaraxá.

O Encontro com o Passado: Comemorações e Gratidão
Décadas depois de sua formação, Gerê teve a oportunidade de reencontrar antigos colegas da Fazu. Recentemente, ele participou da comemoração dos 40/41 anos de formatura, um evento que trouxe à tona muitas memórias e emoções. Para ele, esse reencontro foi indescritível. “Rever o pessoal foi como voltar no tempo. Agradeço a Cristiano ‘Matão’, Marcos ‘Cajurú’, Mauro, Laurival Camargo, Gilmar Prado, Adriana Fontoura, Sônia Castro e Taciana Sivieri. Colegas fantásticas, que foram aquelas, que através do estudo em grupo, fechamos está etapa de nossas vidas acadêmicas. Na verdade, a todos da IX Turma e à Fazu”, diz com orgulho.

Um Legado que Perdura
Hoje, ao olhar para trás, Gerê reconhece a importância da Fazu em sua vida. A faculdade não apenas lhe deu uma formação sólida, mas também foi o berço de amizades e experiências que moldaram quem ele se tornou. “A Fazu foi mais que uma escolha acadêmica, foi o início de uma vida plena de realizações”, conclui ele.

Como parte das comemorações dos 50 anos da FAZU, o projeto “Reviva Fazu” foi lançado com o objetivo de resgatar e compartilhar memórias dos egressos que fizeram parte dessa história. A iniciativa busca reunir relatos emocionantes de antigos alunos, como Gerê, que vivenciaram momentos inesquecíveis na instituição. Se você também é egresso da FAZU e gostaria de participar desse projeto, pode enviar uma mensagem para Daniela Miranda pelo número (34) 9 9689-1571 ou pelo e-mail daniela.miranda@fazu.br e compartilhar sua história.

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