Boliviano se destaca na Fazu e conquista prêmio de melhor trabalho científico

De Cochabamba, na Bolívia, o estudante Diego de la Reza Canelas encontrou na Fazu (Faculdades Associadas de Uberaba) a oportunidade de desenvolver seu potencial acadêmico e profissional. Cursando Zootecnia, Diego foi premiado na 23ª Jornada Científica pelo trabalho “Efeito Alelopático de Capim-Mavuno sobre o Desenvolvimento Inicial de Culturas Anuais e Plantas Daninhas”, considerado o melhor projeto do Programa de Iniciação Científica da instituição. Além do certificado de melhor trabalho, a Fazu premiou o aluno com uma Alexa, uma assistente virtual.

A pesquisa premiada foi avaliada conduzida na Fazenda Escola da Fazu, onde o aluno investigou os efeitos alelopáticos – tanto positivos quanto negativos – do Capim-Mavuno sobre três espécies de plantas daninhas (Picão-preto, Capim-capeta e Guanxuma) e três espécies de culturas anuais (alface, milho e soja). Cada combinação foi repetida quatro vezes para aumentar a precisão dos resultados.

De acordo com o aluno, as avaliações incluíram a altura da parte aérea, o comprimento do sistema radicular, e a matéria seca de ambas as partes, medidas após a secagem em estufa a 65°C. “Os resultados indicam que o cultivo prévio do Capim-Mavuno pode gerar efeitos benéficos ou inibitórios para algumas plantas, dependendo do tempo de cultivo do capim. Decidi estudar a compatibilidade do Capim-Mavuno com espécies anuais e daninhas para contribuir com o desenvolvimento da integração entre lavoura e pecuária”, explica o aluno.

A alelopatia é o fenômeno em que plantas liberam substâncias químicas que influenciam o crescimento de outras plantas nas proximidades. Considera-se o fenômeno uma forma de comunicação química mediada por moléculas orgânicas chamadas aleloquímicos. Foi descrito ao longo por diversos cientistas, como Theophrastus (300 a.C.), Candole (1832), Schreiner e Reed (1907-1909) e Hans Molish (1937), que cunhou o substantivo alelopatia. “A alelopatia é um fenômeno que deve ser estudado para o desenvolvimento dos sistemas integrados para garantir a compatibilidade ou não entre espécies”, explica Diego.

A pesquisa foi orientada pelo professor Dr. Rayner Sversut Barbieri, coordenador do curso de Zootecnia, com coorientação da professora Dra. Kamila Cabral Mielke, e contou com o apoio da Wolf Sementes, uma empresa com sede em Ribeirão Preto, pioneira no desenvolvimento de Brachiaria híbrida Mavuno, líder no segmento de pastagem no Brasil. “Diego sugeriu o tema, trabalhou na pesquisa com dedicação desde o início, desenvolvendo o projeto de forma exemplar. Seu empenho e compromisso refletem o perfil de um profissional em formação que já se destaca e tem um futuro promissor. É um orgulho para todos nós tê-lo como aluno da Zootecnia Fazu. Agradeço também em nome da Fazu o apoio da Wolf Sementes na pesquisa”, ressalta Rayner.

Além de seu desempenho acadêmico, Diego vem ganhando experiência prática como estagiário na Exagro, uma consultoria especializada em gestão agropecuária, com mais de 30 anos de história.

Natural de Cochabamba, na Bolívia, Diego faz parte da comunidade de estudantes estrangeiros da Fazu, que atualmente representa 10% do total de alunos. Ele veio para o Brasil por meio da parceria entre a Fazu e a Asocebu Bolívia (Associação Boliviana de Criadores de Cebú), uma das mais antigas e importantes colaborações internacionais da instituição.

Diego explica que cresceu na fazenda de sua família e que desde cedo se interessou pela pecuária de corte. “Passei várias férias na fazenda do meu pai e tios, e foi ali que percebi que queria ser um ótimo profissional da área agropecuária. Como o Brasil é referência em bovinocultura zebuína, decidi estudar na Fazu, que tem parceria com a associação boliviana da qual minha família faz parte”, conta Diego.

Por fim, o boliviano afirma que o sentimento de ter o seu trabalho premiado como o melhor é de ‘dever cumprido’ e que busca mais conquistas. “É muito satisfatório, pois é o indicador de um resultado que foi produto de esforço e dedicação. A Fazu sempre me deu oportunidades para serem aproveitadas. Quero continuar desenvolvendo meu aprendizado para contribuir com a agropecuária, tanto no Brasil quanto na Bolívia”, finaliza.