A Cunicultura é caracterizada por produzir alimento de alta qualidade nutricional em curto prazo, com elevada produtividade, sendo uma boa alternativa ao pequeno produtor e de baixo impacto ambiental
Na Fazenda Escola da Fazu (Faculdades Associadas de Uberaba) são desenvolvidas atividades de criação de coelhos há mais de 20 anos. A atividade visa à exploração da produção da carne e subprodutos como pele, couro, pêlo, vísceras, patas e animal de estimação. O setor de Cunicultura da Fazu conta com matrizes, reprodutores e filhotes, entre eles são destaques os coelhos anões.
No Brasil as criações de coelhos vêm aumentando de maneira rápida, dados indicam que o Brasil é responsável pela produção de aproximadamente 242 mil animais/ano. Um dos fatores que aqueceram esse setor do mercado é a boa remuneração paga pelo kg do animal (em frigorífico o preço praticado é de R$4,80/kg – cotação em abril de 2011), devido ao aumento na demanda e baixa na oferta do produto, quadro que eleva o lucro da atividade.
As raças mais difundidas comercialmente são Nova Zelândia, Califórnia, Chinchila, Azul de Viena, Rex (Cartorrex), Angorá e Gigante de Flanders. Alguns cruzamentos especiais são desenvolvidos para adaptação climática conforme a região onde será desenvolvida a criação. A escolha para produção deve levar em conta o produto final desejado – carne, pele, lã ou filhotes.
Os coelhos são herbívoros, sua dieta ideal é composta por forrageiras e vegetais diversos (folhas de bananeira, goiabeira) sempre complementada por ração balanceada. O coelho é um pseudo ruminante, apresentando um ceco bem desenvolvido, onde ocorre a proliferação bacteriana, representando 30% do ganho de energia. O trato digestivo do coelho tem particularidades especiais, com um estômago pobre em musculatura. A digestão depende da frequente ingesta de alimentos onde o que está sendo consumindo sempre “empurra” o que já está no estômago.
Outra característica é a impossibilidade do animal vomitar. Jejuns muito longos são altamente prejudiciais; o animal precisa se alimentar aproximadamente 80 vezes por dia. Na eventual ingestão exagerada após um jejum o estômago pode romper. A água é importante na dieta. O coelho é altamente sensível à falta d’água, que causa diarreia e morte.
A maior característica do coelho é, sem dúvida, a sua alta prolificidade. Uma fêmea gera de 8 a 12 filhotes (láparos) por gestação, com 5 crias por ano. O animal atinge sua maturidade para acasalamento aos seis meses de idade.
Tecnologia Em julho de 2020, o setor de Cunicultura da Fazu recebeu um equipamento eletrônico que registra e coleta dados de umidade e temperatura dentro e fora do galpão. O datalogger foi desenvolvido pelo formando em Engenharia Elétrica da Uniube (Universidade de Uberaba), Rafael Jacinto dos Santos, com orientação do professor Eng. Lúcio Rogério Junior, com o apoio da professora Dra. Danielle Matarim, responsável pelo setor de Cunicultura.
O sistema foi construído utilizando dois sensores DHT22, para medições internas e externas de umidade e temperatura, um relógio de tempo real (RTC), um módulo gravador de cartões SD, um cartão micro SD, uma interface gráfica com display, um relé eletromecânico, um buzzer para emitir alarme sonoros e botões que são usados para ajustar data e hora, habilitar e desabilitar gravação no cartão SD e definir Setpoint de acionamento dos ventiladores.
O controle da temperatura e umidade relativa do ar desempenham papéis fundamentais na criação de coelhos. “A produção animal está sujeita aos efeitos do ambiente, como temperatura, umidade relativa do ar, ventilação dentre outros fatores. Por isso, como zootecnistas, precisamos monitorar esses fatores para adoção de estratégias que proporcionem conforto e bem-estar adequado aos animais”, explica a professora Danielle.